Parasomnia
Finalista Prémio MediaArt 2015 Sonae/Mnacc
Civilization as a whole is on the verge of “losing a basic human faculty: the power of bringing visions into focus with our eyes shut”.
Italo Calvino
Parasomnia consiste numa instalação visual e sonora que pretende promover a “estimulação da produção de melatonina” e os “vapores de sonolência apropriados à indução de um sono regenerador propício à prática do sonho lúcido”.
Numa primeira antecâmera, criada em 2015, o visitante é convidado a aguardar enquanto observa um mural de pinturas desenrola-se num movimento impercetível ao olhar desatento, mas constante ao olhar perscrutador.
Numa segunda câmara, o visitante é convidado a render-se à inércia de uma sesta. Acompanhado de uma voz feminina que envelhece, o visitante, deitado, mantém-se no limiar de uma contradição performativa: se ficar acordado, perde a experiência que a instalação lhe propõe; se adormecer, perde a experiência que a instalação lhe apresenta.
A partir de 2016, duas novas câmaras foram criadas para a apresentação de Parasomnia no Kaaistudios em Bruxelas, e mais duas para o Festival Internacional de Artes de Macau.
Numa terceira câmara desenrola-se o início da Via Láctea, enquanto numa quarta câmara podemos entrar no quarto dos prazeres, onde as jóias de Alva Ramalho estarão expostas para o vosso uso e olhar.
Numa câmara ao ar livre, todos são convidados a cear, a contemplar, a tomar banho, a lavar os pés, a dar um passeio.
Na sexta câmara temos o quarto de embalar onde nos podemos encostar a almofadas de madeira e adormecer ao som de canções de outros tempos e outros continentes.
space, text and images – Patrícia Portela;
Edition of text – Isabel Garcez;
Video Mural pre-chamber 1 – Irmã Lucia efeitos especiais;
Light – Leonardo Simões;
sound – Christoph de Boeck;
Violin – Elisabeth Druwé;
Voices PT and ENG – Célia Fechas; António da Roza’s mother (in Cantonese);
Voice lullaby room – Thiago Arrais;
Soporific food – Annick Gernaey /piste sauvage;
Waiting bench – João Gonçalves;
Construction of waiting bench -Leonel & Bicho;
Jewelry – Alda Salaviza;
Performers: Célia Fechas, Leonor Barata, Mónica Coteriano, Patrícia Portela;
Production: Prado, associação cultural;
This installation is dedicated to Jan and Annick.
World Premiere: 20 11 15 in Museum of Contemporary Art in Lisbon.
Imprensa
“O sono é o último reduto de contestação”
Patrícia Portela estreou-se no Festival de Artes de Macau com “Parasomnia”, instalação visual e sonora, com uma dimensão performativa, que incita o espectador a desacelerar, a render-se a um estado que oscila entre a vigilância e a dormência. Um modo de questionar o lugar do sono num quotidiano rendido à imposição insone da produtividade, concebido por uma artista e escritora habituada a contornar as fronteiras da evidência.
Patrícia Portela em entrevista a Sílvia Gonçalves, Ponto Final, Macau
https://pontofinalmacau.wordpress.com/2018/05/09/o-sono-e-o-ultimo-reduto-de-contestacao/
Photographs by MNAC, Lisbon, 2015 (1-6) and HSIU PING in Macau at the International Arts Festival of Macau