Wasteband

Editorial Caminho, 2014

Em oito minutos e meio Sergei Krikalev ultrapassa a atmosfera e perde a gravidade; Tânia, senta-se num café, à espera, o vizinho de Krikalev chega ao Espaço mantendo os pés bem assentes na Terra, a lua cai numa praia cheia de sapos, a União Soviética desmorona-se, e José, deitado numa cama de hospital, conclui que o que lhe faz falta não são as pernas dele mas as impressões digitais dela, pede um coração artificial e faz restart. Como está cientificamente provado que não nos podemos lembrar de mais do que 7 coisas ao mesmo tempo, Tânia esquece José. Krikalev, lá em cima, pensa em chorar mas não vale a pena: no Espaço as lágrimas não caiem, só causam chatices. E há oito minutos e meio atrás? Fazemos rewind para avançar na história.

Somos uma sucessão de momentos vividos ao máximo e reduzidos ao mínimo. Somos como fotografias.

Imprensa

“(Wasteband) tão distante de um romance convencional como a Terra está da Lua.”
in revista Visão, 02 2014

“Todos os bons romances são experimentais. (…) Mas uns são sempre mais experimentais do que outros. (…) Com habilidade literária e inventivos jogos formais Patrícia Portela não relata esse projecto (Wasteband) que, na verdade, nunca existiu. Pede antes ao leitor que faça parte da experiência, numa concepção de literatura enquanto jogo.”
Luís Ricardo Duarte in Time Out Lisboa, 02 2014

“Patrícia Portela cria, neste livro (Wasteband) que nos faz entrar num labirinto do tempo, uma fantástica aventura onde somos confrontados com a linha ténue que separa a realidade da ficção. (…) Esta é a transposição para papel de um sonho e de uma imaginação sem limites.”
FS in Jornal de Negócios, 02 2014

“(em Wasteband) Tudo é estranho, mas tudo é familiar, e essa impressão é algo de fascinante (…)”
Carla Ribeiro in asleiturasdocorvo.blogspot.pt