A colecção privada de Acácio Nobre
Uma máquina de escrever vintage e um teclado wireless dão um concerto e desenvolvem em parceria um diálogo sobre o arquivo de Acácio Nobre, um pensador e construtor de puzzles geométricos do séc.XIX que uma ditadura decidiu eliminar dos registos da história, recriando o ambiente que envolve um autor enquanto escreve e não consegue escrever. Um espectáculo que se inscreve na solidão e intimidade do criador enquanto não vê a sua obra teminada.
Patrícia Portela reúne fragmentos de maquetas e diários de Acácio Nobre, agora (re)encontradas num baú na cave dos seus avós e reconstrói algumas das suas obras, ideias políticas e ambiciosos projectos de Acácio Nobre com o objectivo de questionar a memória colectiva de um país que, se tivesse decidido atribuir a este homem a imortalidade que lhe era devida, teria sido um país diferente.
Imprensa
“No palco, Patrícia Portela e André Teodósio dialogam – ou melhor, uma máquina de escrever e um computador dialogam. E é esse diálogo entre épocas, entre diferentes maneiras de estar e de pensar que vai estar em cena”.
Maria João Caetano in Diário de Notícias, 10.09.10
“O discurso de Patrícia é tão torrencial como o que vai passar na sala do Maria Matos. E dizemos sala porque, a pouco e pouco, o espectáculo (ou seja, o interior da cabeça de Acácio Nobre) vai alastrando do palco para toda a sala, envolvendo os espectadores num tornado de luz (letras que vão sendo projectadas sobre o público), som (o teclar da máquina de escrever, com maior ou menor intensidade), e até cheiro.”
Alexandra Prado Coelho in Público, 10.09.10
“Nobre é a encorporação e síntese de muitas das ideias e mudanças tecnológicas que apareceram durante o final do século XIX e XX. E Portela apresenta-as de forma surpreendente. (…) Como uma porta aberta, as mesas (no palco) assemelham-se um pouco a pianos assim como os elegantes bancos em aço que parecem flutuar no espaço. Portela e André Teodósio surgem como se fossem dois pianistas. (…)
Como espectadores temos de seguir tudo atentamente para não perdermos nada e, curiosamente, é essa tentativa que produz uma impressionante evocação de uma era revolucionária que nos atinge como se de uma demonstração se tratasse do fascínio que ainda temos por essa época quando olhamos para trás”.
“Um belissimo concerto de ideias”.
Pieter t’jonck in De Morgen 17 de Fevereiro de 2011
Text and images Patrícia Portela
Typewriter and sound installation Christoph de Boeck
Special effects and image post-production Irmã Lúcia efeitos especiais
Electronic design Fabrice Moinet
Performers: André e. Teodósio and Patrícia Portela
Light design Daniel Worm d’Assumpção
Acácio Nobre’s jewel Alda Salavisa
Acácio Nobre’s tables João Gonçalves
Table and benches manufacturer Lionel&Bicho
Dressmaker D. Maria Luisa
Text editing Isabel Garcez
video&trailer Rui Ribeiro | Les Filmes de Merdre
Production management and executive production Helena Serra and Pedro Pires
Duration 70’