A música, a comida, os aromas transportam-nos quase sempre para boas memórias, pois são espaços pessoais muito intensos e quase secretos que nem o mais cruel repressor consegue oprimir ou destruir. Depois de uma catástrofe, de uma separação, de uma perda ou de um isolamento como o que muitos experienciam neste momento, as boas memórias podem assaltar-nos nos momentos mais inesperados através de um sabor, de uma melodia, de uma peça ou história, e despertar em nós um reconhecimento, uma lembrança, uma paisagem há muito esquecida, roubando-nos um sorriso. Este projeto foi iniciado antes de um terço do mundo entrar em quarentena. Olhando pela janela, este é um Porto, desconhecido de todos, habitantes nativos, estrangeiros, recém-chegados. Os hábitos mudaram, o ritmo mudou, o som, o cheiro da cidade é diferente. Que boas memórias vamos ter deste tempo? Que boas memórias queremos convocar durante este período para nos acompanharem neste momento? Em contacto regular seminal via email e encontros online, os participantes e Patrícia Portela respondem a estas perguntas e criam também as suas memórias.
Texto, conceção e espaço Patrícia Portela (em parceria com os participantes)
Imagem e edição Leonardo Simões, Jorge Vaz Gomes e Rui Ribeiro
Convidados Célia Fechas e Zeferino Coelho
Pós-produção e efeitos especiais Irmã Lúcia efeitos especiais
Luz Leonardo simões
Participantes Célia Fechas (PT), Dorina Varga (HU), Luis Bagorro (AO), Marcela Pedersen (BR), Maria Maibee (CL) e Raul Santos (PT)
Revisão e edição de texto Isabel Garcez
Produção Teatro Municipal do Porto, Prado associação cultural/ Projecto continuado no contexto do PARALELO Programa de Aproximação às Artes Performativas